A maioria das plantas que produzem sementes são capazes de produzir muito mais o número de sementes do que os recursos disponíveis
poderiam sustentar como plantas maduras. A produção em excesso de sementes resulta na competição inter- e intraespecífica
para recursos finitos limitados. Por isso a produção em excesso de sementes poderia selecionar a evolução de mecanismos que
regulam populações. Frequentemente esses mecanismos se manifestam como respostas a densidades crescentes e influenciam
as taxas de germinação, de mortalidade, e/ou a plasticidade fenotípica. Segundo Risser (1970) a consequência direta de stress
de densidade sobre os indivíduos dentro de uma população vegetal é geralmente de forma de produzir uma ou mais das respostas
seguintes: (a) uma resposta plástica de indivíduos para ajustar a compartilhar recursos .limitantes; (b) um aumento da mortalidade,
e/ou (c) diferencias marcadas de tamanho dentro da população. Ao nível da população, a relação entre produção total e densidade
pode ser parabólica (uma densidade de população resulta na produção máxima que seria menor em densidades menores ou maiores)
ou assimptótica (um aumento de densidade resulta no aumento de população até um máximo, e depois não declina) (Palmbald, 1968;
Deschenes, 1974).
O grau de florescimento e produção de sementes por indivíduo também pode mudar devido a densidade, e populações de espécies
diferentes podem maximizar a produção total de sementes em densidades variadas (Palmbald, 1968). Algumas plantas perenes
podem não produzir sementes em densidades elevadas.
Em essa prática você avaliará as respostas de populações de pição, Bidens pilosa, uma planta invasora anual, e urucum,
Bixia ovelleona, uma árvore perene, pela comparação de uma espécie r,(B. pilosa) com uma espécie K (B. ovelleoana).
Objetivos
Primário: comparas as espécies com relação a:
(1) Crescimento (produção) com o aumento da densidade
(2) Presença e magnitude de uma hierarquia de exploração do ambiente disponível.
Secundário: desenvolver ideais sobre a diferenciação ecológica:
Os objetivos são problemas básicos sem respostas conhecidas para essas espécies em nossas condições ambientais. Então,
sua pesquisa será original, e a qualidade das resposta depende do empenho empregado durante a realização da prática.
Procedimento
Trabalham em pares. Obtenham sementes das duas espécies e recipientes padronizados. Enchem cada recipiente com solo até um
nível de 2cm da borda e depois agitam o recipiente.
Semeiam as duas espécies em densidades de 100, 500 e 1500 indivíduos /m2. Calculem o número necessário para o diâmetro
do recipiente usado Somente usar sementes inteiras e não danificadas. Espacem as sementes uniformemente sobre a superfície
do solo. Depois cobrem com 3 mm de areia fina. Usam 30% mais sementes que vocês calcularam. Molhar ligeiramente.
Cada equipe terá a responsabilidade de estabelecer um conjunto de três densidades de uma espécie (replicas).Levam os recipientes
a casa. Não adicionam mais água. Aguardem a germinação das sementes.
Após a germinação, reduzem o número até atingir as densidades que vocês calcularam. Adicionam água ligeiramente uma vez
por semana
Após 12 semanas (ou mais se for necessário) registre os dados seguintes:
(a) Peso de cada planta (raiz e o resto separadamente) para cada indivíduo
(b) Altura máxima de cada planta
(c) Número de folhas de cada planta
(d) Distribuição de classes de pesos para cada tratamento
(e) Somente para B. pilosa a ocorrência e data de florescimento, o número de flores produzidas por indivíduo, e a produção
por indivíduo e por densidade.
Comparem os dados com estatística normal e apresentam um relatório sobre suas conclusões. Também enviam seus dados via
e-mail para o professor.
REFERENCIAS
Deschenes, J.M (1974) Interspeific competition in experimental populations of weeds. Canadian Journal of Botany 52: 1415-1421.
Palmblad, I.G. (1968) Competition in experimental populations of weeds with emphasis on the regulation of population size.
Ecology 49: 26-34.
Risser, P.B. (1970) Competitive resposes of Boutelona curtipedula (Michx). Torr. American Midland Naturalist 84: 259-262.
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